Você e sua família têm uma deliciosa receita que passa de geração em geração?
O protagonista e narrador Antônio, do Livro Arroz de Palma tem várias! E não apenas receitas de dar água na boca, mas conselhos e dicas que só uma saga de mais de cem anos poderá emocionar e dar a todos nós o prazer de degustarmos ao ler essa prosa cheia de lirismo.
“Família é prato difícil de preparar”, já nos adianta o narrador, que no início do livro faz com que sintamos vontade de sentar em uma boa cadeira de balanço, sentindo o aroma da comida sendo preparada com amor.
Antônio conta a história do pai José Custódio e mãe Maria Romana, ao se casarem em 1908 ganham de presente da irmã um saco de arroz especial, tão especial que não se estraga nunca, pois foi jogado por cima dos noivos e catado um a um, por Palma e entregue ao casal.
Esse arroz é passado de geração a geração, simbolizando o amor que une a família, mas que também é motivo de ciúmes e discórdia entre eles.
A saga é contada enquanto Antônio prepara um almoço especial que pretendendo unir a família um tanto quanto desalinhada, mas como ele próprio afirma, “as vezes até dá vontade de desistir, mas é preciso coragem, devoção e paciência, pois família também é prato que emociona.”
Sobre o autor:
Francisco Azevedo é carioca, dramaturgo, poeta, roteirista, ex-diplomata, e O Arroz de Palma foi seu primeiro romance. Ele conta que os diários escritos na fazenda Santo Antônio da União, no interior do Rio de Janeiro, onde morou durante quatro anos, foram a base do romance, enquanto a fazenda serviu de cenário à trama
Segredinho do autor
O tema família é constante em sua obra.
Citações do Livro que são imperdíveis:
“Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre. Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada”.
“O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini; Família à Belle Meunière; Família ao Molho Pardo, em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria. Família é afinidade, é “à Moda da Casa”. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.”
“Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo. Família é prato que quando se acaba nunca mais se repete.”
SOBRE A OBRA
título: ARROZ DE PALMA
autor: Francisco Azevedo
editora: Record
páginas: 364
ano de edição: 2008
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Fiquei bem interessada em ler o romance de Francisco Azevedo. O tema famil'ia sempre me chama a atencao. A maneira como foi escrito o romance 'e bem interessante e com certeza vai me fazer sonhar nesta 'epoca de quarentena. Valeu!
Lilian este livro é imperdível, um estilo leve e atraente, além de uma saga realmente familiar , receitas de dar água na boca.
Lilian, confesso que ao iniciar a leitura, fiquei na dúvida, mas a cada página, fui me sentindo pertencente a essa família. O texto flui com elegância e lirismo.
É apaixonante este livro.
o video desse livro ficou sensacional. Parabens Alfredo.