Folhas caindo se vê.
Folhas caídas pelo chão.
Folhas outrora exuberantes,
Solta-se dos galhos,
E caem a todo instante.
Nesta nova estação.
Sinto na pele,
O soprar do vento.
Vindo de múltiplas direções.
Meu andar me exige firmeza.
Prá não cair com a sutileza,
Do corpo e das emoções.
Meu olhar se perde,
Na paisagem que contemplo,
Enquanto caem as folhas.
Desfolhando as árvores,
E as ilusões do meu ser.
Também levadas pelo vento.
As folhas mudam de coloração,
Noutras cores vêm a terra.
Pincelando e colorindo,
A morredoura paiságem.
Que melancólica deixa de ser,
Com o nascer da aquarela.
Passageira porém bela,
A imágem das folhas,
De tudo se despedindo.
Ressecando, descolorindo-se,
Mas a vida garantindo.
No ciclo das estações…
E assim alvorece o outono.
Com a brisa primaveril,
O calor de veraneio,
E o frio invernoso.
Neste encontro fabuloso,
Impondo as transformações.
As árvores desfolhadas,
Já não balançam com o vento,
Que sopra murmurando.
Enquanto na varanda vou ficando,
No balançar das mudanças,
No encontro de mim comigo.
Adauto Silva: Goiano da pequena e longeva cidade de Silvânia. Alí nasci em fevereiro de 1961. Ainda estou à beira da estrada, a contemplar as formigas se cumprimentando no seu ir e vir, enquanto eu, com a rima, vou desatando nós e apertando laços.
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