Buscamos nossas memórias, seja por saudade, ou para ancorar em algo sólido que nos ajude a desligar do frenético ritmo do agora. A tecnologia nos proporciona ações em velocidade tão rápida que já não deixamos pegadas. Hoje muito pouco escrevemos cartas, anotamos. Não guardamos comprovantes físicos nem imprimimos fotografias. Ações práticas, armazenamento na nuvem. Porém, contudo, todavia, há muito amor pra se manter no espaço físico e real.
Esse é um relicário de afetos e, resgatando o que de mais significativo senti, trago ao meu cotidiano os ensinamentos dos corações experientes com os quais dividi momentos dessa estrada.
Muitas vezes, simples recordações nos parecem bobas, escassas de qualquer valor. A questão é: por que não permitir que elas contribuam para nossas atuais escolhas?
Como um simples e poderoso exercício de ouvir o seu próprio silêncio, deixe-as repousando em algum espaço. Cada uma delas poderá conter um precioso bem. Frações de convívio com aqueles que escreveram as nossas histórias.
Um verdadeiro vínculo entre o que fomos e o que nos tornamos.
Respeite suas lembranças. Exercite sua mente. Observe o que você gostava de fazer quando criança, o que lhe roubava sorrisos. Aquilo que lhe proporcionava sensações divertidas e felizes. Brincadeiras, cenas cotidianas, sonhos que habitavam o seu imaginário. Vale tudo nesse reencontro. Permita-se. Escreva a partir de agora o seu próprio relicário de afetos!
Luciana Kaempf Gastal, a Lu Gastal, nasceu em Cachoeira do Sul, no ano de 1971. É formada em Direito e nas últimas décadas trocou o cotidiano burocrático pelo universo do mercado artesanal brasileiro. Artesã assumida, atua ministrando oficinas e participando de eventos em todo o país. A autora foi pioneira na disseminação de informações para este segmento através das mídias sociais. No seu livro de estreia (Relicário de Afetos) aborda o universo das suas experiências criativas.
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