Não seja leviano, meu caro leitor, ao crer na imagem da feminilidade estereotipada e simplória que nossa sociedade superficial ou movimentos de ressignificação tentam vender.
Ser mulher é muito mais profundo do que qualquer tentativa empírica jamais vai demonstrar, pois a mulher é, antes de tudo, essência – e isso transcende, em muito, todo e qualquer conceito racional.
Sendo essência, o sagrado feminino só pode ser a mais complexa e profunda veia humana, obtendo no máximo estágio todas as suas implicações. Por isso, a mulher é tão incompreendida e jogada para um dos extremos: o anjo de doçura e bondade, ou o demônio, pecador, corrompido no mais grotesco nível. Mas nenhuma dessas definições representa a essência poderosa e simbólica do feminino. O poder maternal, potência inerente à mulher, é tão sagrado e místico que, mesmo na ausência de sua materialização, sua portadora ainda é agraciada por possuí-lo. O feminino é o complemento perfeito do masculino, por legar à mulher uma capacidade idêntica à do homem de fazer tudo o que ele faz, porém, legando à mulher capacidades exclusivas. E acima de tudo, existe algo de selvagem e sagrado na essência feminina. Por essa razão, a feminilidade é a forma mais pura, sensível e livre da humanidade, toda mulher tem em sua garganta um grito de liberdade. E tendo o poder da geração, é, também redenção.
Nem Eva, nem Maria, ou uma delas, ou mesmo ambas: cabe a nós escolhermos. Somos completamente livres para decidirmos. Pois, de todas as criaturas que existem, nós somos as únicas a quem deus permitiu ajudar a fazer um milagre.
Somos, portanto, cocriadoras. Por isso, a mulher que descobre a real potência da sua verdadeira feminilidade é a criatura mais poderosa que existe. Pois a feminilidade é verdadeiramente espiritual. Não adianta tentarmos usar nossas faculdades limitadas para desvendá-la: ela utiliza todas essas ferramentas, mas as transcende. Ser mulher é ser essência, e, portanto, encarnar a mais misteriosa e fascinante criatura de todas. Ser mulher é ser parte da criação máxima de Deus.
Amanda Falcão Almeida é escritora, pianista, ex-militar, estudante de direito e, sobretudo, uma grande sonhadora e admiradora da riqueza da alma humana e do incompreensível. Natural de Goiânia, Goiás, nasceu em 16 de março 1996, tem muita imaginação, um coração sensível e uma infinidade de histórias para contar (mas nem todas são reais, é claro). Até o momento, já participou de 3 antologias e tem uma publicação de livro próprio de poesia e crônica, “Destroços – eu e o mundo”, todas datando de 2022.
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